O CONFLITO FEMOROACETABULAR

O Conflito Femoroacetabular (Femoracetabular Impingement) é uma patologia na anca que pode atingir até 15% da população e pode ser a causa de até 70% das situações de coxartrose idiopática (artrose da anca) que implicam uma cirurgia de substituição da anca (colocação de prótese) antes dos 50 anos de idade. Atualmente tratamos o conflito femoroacetabular por artroscopia da anca.

Desde o inicio do século XXI que se relaciona o Síndrome do Conflito Femoroacetabular (CFA) com a origem da artrose da anca no adulto jovem (coxartrose). Nestes casos existe um conflito de espaço entre o colo femoral e o rebordo acetabular que produz dor na anca. Esta dor está relacionada com esforços e cargas podendo evoluir para uma perda progressiva de mobilidade. Inicialmente ligeira e ocasional tem tendencia a agravar tornando-se cada vez mais incapacitante e presente. Geralmente quando o paciente realiza uma flexão forçada com rotação interna da perna, produz-se um “choque”. Este conflito afeta principalmente o labrum acetabular, que é uma estrutura fibrocartilaginosa que se situa no rebordo do acetabulo e cuja missão principal é a absorção do impacto e manutenção da pressão hidroestática dentro da anca. O continuo impacto sobre o labrum provoca  degeneração e rotura do mesmo assim como da cartilagem articular.

Este dano, quando se mantem no tempo, vai a alterar a dinâmica do funcionamento da anca, a sua lubrificação e sua biomecânica. 

(Conflito Femoroacetabular tipo CAM e PINCER)

Avaliaçao da deformidade da anca com suporte informatico

 

Hoje em dia sabe-se que 70% dos pacientes com menos de 55 anos aos quais se implantou uma prótese da anca, tinham sinais nas radiografias previas, que indicavam um conflito femoroacetabular. Nos últimos anos temos assistido a um crescente interesse e desenvolvimento na investigação e tratamento deste síndrome. Acreditamos que o tratamento facilita o voltar à atividade laboral e desportiva dos pacientes jovens com dor na anca, melhorando consequentemente a sua qualidade de vida e prevenindo o aparecimento e desenvolvimento da artrose. Em muitas ocasiões o tratamento conservador não permite a resolução das queixas, de forma a que devemos avançar para um tratamento cirúrgico que deve ser realizado o mais precocemente possível.

OPÇÕES DE TRATAMENTO

Atualmente existem três formas básicas de tratamento do CFA.

  • Técnica aberta, denominada luxação segura (Técnica de Ganz)

  • Técnica mini-invasiva anterior. A técnica mini-invasiva com apoio de artroscopia, foi desenvolvida por um ortopedista espanhol, Dr. Manuel Ribas, que se tornou uma referencia mundial no tratamento deste tipo de patologia

  • Técnica artroscópica (artroscopia da anca, pela técnica “out-in” ou “in-out”)

    O ortopedista irá decidir em cada caso qual o melhor tratamento e melhor técnica cirúrgica para cada paciente, dependendo do tipo de conflito, da sua experiencia e capacidade de tratamento. 

(Dr. Cruz de Melo numa Artroscopia da Anca)

Desde 2006 que o Dr. Cruz de Melo e a sua equipa, se interessam por esta patologia, pelo seu estudo e tratamento. Temos evoluído nas técnicas cirúrgicas, como o resto dos especialistas mundiais nesta área, evoluindo de técnicas cirúrgicas abertas para técnicas cada vez menos agressivas. Começamos com a técnica da luxação segura, passamos pela a técnica mini-invasiva anterior de Ribas e hoje tratamos os conflitos por artroscopia da anca

O tratamento cirúrgico é reconhecido cientificamente pelo nome de “Osteocondroplastia Femoroacetabular” e consiste na ressecção dos elementos que causam o CFA, proporcionando um efeito de remodelação anatómica da articulação. Esta remodelação elimina o bloqueio ou impacto que existe na anca. Ao mesmo tempo, no mesmo ato cirúrgico, reparam-se as lesões do labrum acetabular (reinserindo ou reconstruindo o labrum, raramente ressecando-o) e da cartilagem (regularização das lesões, microfracturas).

Rotura do labrum acetabular -Lesão do Labrum - Visão por Artroscopia da Anca

 

Reparaçao labrum acetabular com ancoras

Reparaçao labrum acetabular com ancoras

(Lesão tipo CAM em Conflito Femoroacetabular - Visão por Artroscopia da Anca)

 

(Resultado final do tratamento da lesão tipo CAM num CFA - Visão por Artroscopia da Anca)

 

Perguntas Frequentes

O que é um Conflito Femoroacetabular?

É uma entidade em que as cargas e os movimentos (sobretudo nos extremos dos arcos de mobilidade) conduzem à existência de trauma agudo ou de repetição, que pode levar a lesão do labrum acetabular e da cartilagem articular,  levando no seu processo evolutivo a uma artrose precoce na articulação da anca.

O mecanismo lesional pode ser de "intrusão" e/ou de "impacção", ou seja mecanismo CAM ou PINCER.

A existência de deformidades de orientação na anca (retroversão acetabular ou do colo femoral, colo femoral varo), de deformidades no colo femoral (deformidades tipo CAM) deformidades no acetabulo (coxa profunda, hipercobertura antero-superior) favorecem o aparecimento destas lesões. 

Na  maioria dos pacientes com Síndrome de Conflito FemoroAcetabular existem estas deformidades ósseas na anca. 

Por vezes temos pacientes com Conflito FemoroAcetabular sem deformidades ósseas.

Cerca de 17% da população apresenta deformidades do colo do fêmur ou do acetabulo (CAM e PINCER)  sem apresentar sintomatologia. Estes casos não são considerados Síndromes de Conflito FemoroAcetabular.

Quais são os sintomas?

Dor na anca, apontada na maioria das vezes à zona da virilha. Pode também localizar-se na região trocanterica (face lateral da anca) na região glutea (nádega).

Tem, muitas vezes, início após um traumatismo (torção da anca, estiramento, espargata, impacto direto na anca, etc) ou após um aumento de atividade física (laboral ou desportiva).

Actividades com muito impacto ou com amplitudes articulares largas (artes marciais, futebol, bailado! Etc) são propícias a este tipo de lesão.

A dor agrava com a atividade física, impedindo muitas vezes a continuação da prática desportiva ou mesmo laboral. A dor agrava muitas vezes na posição de sentado, ao levantar, certas posições.

Que provas diagnosticas tenho que realizar?

As primeiras provas, fundamentais, são realizadas pelo seu médico.

Devem ser efetuadas manobras que permitiam perceber a origem da dor (anca, coluna, joelho, sacro-ilíacas) Se a dor tem origem na anca despem ser efectuadas as manobras adequadas para o estudo do Síndrome de Conflito Femoroacaetabular (Manobra de FADIR, FABER, contramanobra de Ribas, etc)

Na suspeita  do diagnóstico o paciente deve efetuar: 

Rx das ancas, com um protocolo adequado (PROTOCOLO DA ANCA DO ADULTO JOVEM)  que implica posições de realização do exame especiais, de forma a ser possível uma correta avaliação da articulação.

RM da anca. EXAME DIRIGIDO, com ponderações, cortes e penetração adequada

Quais são as opções de tratamento do Conflito Femoroacetabular?

Em primeiro lugar é necessário um correto diagnóstico da patologia de cada paciente.

O tratamento deve ter em conta o paciente (idade, peso,actividade, patologias associadas), a anca (tipo de lesões presentes ) e a experiência do cirurgião.

O Conflito Femoro Acetabular pode ser abordado é tratado por:

     Luxação segura da anca, com osteotomia do trocanter e luxação da cabeça femoral.

     Abordagem mini open anterior

     Artroscopia da anca

A artroscopia da anca permite a resolução de quase todos os Conflitos FemoroAcetabulares, e é a técnica menos INVASIVA, permitindo uma recuperação muito mais fácil e rápida. Depende de uma equipa treinada no procedimento.

 

 

 

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